Ser farofeiro é uma merda. Fiquei Bêbado, machuquei minha canela e esqueci o protetor solar

Eu sou moreno. Meu apelido no ensino médio era NEGO, mas leve em consideração de que todos meus colegas do colégio católico eram polacos. Não sou negro, e apesar de registrado como também não sou caucasiano. Tenho uma pele meio cor de cuia, mais clara um pouco que o habitual porongo (que descrição incrivelmente broxante, eu acabo de perder três admiradoras apenas com esse parágrafo), de qualquer forma, eu posso me dar ao luxo de não me preocupar tanto com o sol. Mas nem tanto.

Fomos até a praia de Mariscal nesse domingo, acordando cedo e tal, aquele típicos programas de família pobre sabe, com caixas de isopor e três guarda-sois. Não foi bem assim, na verdade fomos minha mãe, eu e um casal de amigos (casal de homem e mulher, vamos chamar eles de João e Maria) [porque eu quero]. João e eu, depois da quinta garrafa de Brahma –cada- já estamos pra lá de Bagdá, e começamos a brincar com aquelas pranchinhas pequenas, que você atira do raso e sai correndo atrás dela igual a um retardado, pula em cima e depois cai com a bunda na areia dura.

Em uma dessas a onda trouxe a porcaria da prancha de volta e ela acertou minha canela, devo lembrar que aquela porra não é isopor, não sei do que é feita, mas dói pra caramba. Morto de cansaço, e fome, voltamos a nos sentar, não conseguimos comer porque os sanduiches estavam na caixa térmica, o gelo derreteu e a água invadiu os potinhos. Nem que eu fosse banguela e estivesse com o estomago colado nas costelas eu comeria aquilo.

Aí sentei com a canela sangrando, faminto, e bebáço, no sol. Esta é a hora em que volto com o assunto de que não posso ser assim tãããão descuidado com o sol. Eu passei o protetor apenas uma vez o dia todo, fiquei bêbado e esqueci de fazer de novo. Me queimei. E estranho é que os queimados em mim não ficam vermelhos. Mas doem igual. Fato é que nem consigo me encostar na cadeira para escrever hoje. Vou deixar de ser farofeiro.