sábado, 12 de dezembro de 2009

Peso da Alma I - Melhor Amigo

Seria um dia como qualquer outro na faculdade, eles se encontraram como de costume no corredor cumprimentaram-se, mas ele notou que sua amiga estava diferente, ou como propriamente ele diria sua energia não era a mesma.


- Vamos até a lanchonete? Preciso conversar um pouco pode ser? – Ela o convidou.


- Ok garota – Resposta simples e direta, assim é Denis seu melhor amigo.


Seguiram em direção a lanchonete ele não perguntou nada pelo que conhecia de Natasha sabia que quando fosse a hora certa ela falaria.


Sentaram – se e permaneceram um longo tempo em silêncio, Denis mantinha os olhos em Natasha ela parecia olhar a esmo. Ele percebeu quando uma lágrima começou a rolar pelo seu rosto, seu queixo endurecer e prensar os dentes ao exclamar:


-Eu não agüento mais, não vou suportar por mais tempo ....


Ele arqueou a sobrancelha a olhou por cima das lentes dos óculos com um ar questionador, como que procurando por arquivos em sua mente quando foi que viu a sua melhor amiga chorar. A considerava forte, obstinada e jamais iria derramar lágrimas na frente de quem quer que seja isso demonstraria fraqueza. Permanecia com os dedos pressionando as têmporas, e olhando para ela ainda não entendia, porém não perguntou.


Natasha fixou os olhos marejados em Denis e falou:


- Me perdoe, mas preciso disso, preciso chorar eu não posso mais....


O abraçou deitou em seu ombro procurando simplesmente um abrigo, como uma criança que acaba de acordar de um pesadelo e ainda sente medo chorou de forma incessante, sentia vontade de gritar, mas não o fez seu choro era um grunhido da alma, um animal mortalmente ferido.
Denis afagava seus cabelos carinhosamente como forma de acalmá-la. Ela se recompôs secou as lágrimas uma leve sensação de conforto parecia começar ele beijou sua testa em sinal de respeito, como irmãos dizendo: - “vai ficar tudo bem”.


- Ele vai me deixar eu sei tem outra garota, ele me traiu acabou.


As palavras saíram da boca dela como uma flecha certeira em direção a Denis, ele não falou nada, mas sua expressão de incredulidade perante ao que a amiga dizia falavam por si só.


- Eu não contei a ninguém guardei isso pelo tempo que eu achei que agüentaria, mas não dá mais isso é uma tortura, preciso confiar em alguém e não há outra pessoa que não você para que eu possa demonstrar meus temores, angústias, medos e confessar meus segredos.


Denis se recostou na cadeira pôs os braços sob a mesa, entrelaçou os dedos e lançou aquele olhar acima das lentes que ela sabia o que significava, o conhecia o suficiente para saber que ele entendeu tudo o que ela falou em breves palavras.


Ele distinguia aquele sentimento sua amiga também já foi sua confidente, ambos tinham uma relação de amor, não um amor de desejo carnal, mas fraterno. Tinham afinidades, equilíbrio eram irmãos.


Podiam ficar horas em silêncio apenas olhando um para o outro que saberiam exatamente o que estavam sentindo e quando se levantassem teriam a sensação de ter a melhor conversa do mundo. Amigos verdadeiros ao ponto de um ligar para o outro e perguntar: -- Você está bem? E do outro lado da linha ouvir apenas um soluço de uma voz afogada pelo choro :- Não... e em resposta estou indo te encontrar.


Ele ouviu cada palavra processou mentalmente em silêncio e não a questionou agora ele teria uma resposta, Natasha tinha medo do ele diria.


To be continued


Keli Wolinger



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