sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Histórias de Jake - Santinha

Seu ego foi mortalmente golpeado neste dia.



Tornara-se mais forte.
Independente.
Cuidava se suas próprias coisas e tinha idéias próprias.
Idéias melhores do que as anteriores.
Passara pelas mãos de algumas garotas as quais não se importaria depois.
Começava a flutuar.
Estava na hora de cair.


Saíra de casa sem um dinheiro no bolso.
Em uma Quinta feira.
Quinta feira de feriado na sexta.
Foi a noite em que conheceu Santinha.
Depois de habituado a rotina, começava a encontrar certos vícios, como ligar a televisão assim que chegava em casa e antes de ir para a aula. Na data estava em exibição um programa com a personagem "Santinha", sem maiores relações, ele mal prestava atenção no contexto, era mais uma forma de distração depois do trabalho. Mas lembrou do rosto da Santinha. Lembrou no mesmo momento em que sentou à mesa do bar na noite em que os portais sísmicos se abrem. Liberando Santos e Demônios.


Inicio do ano.
Calor, noites longas, e horário de verão.
A maior mesa que o bar em frente a faculdade já vira.
Mais de sete cursos misturados em uma única mesa.
Amigos de amigos.
Amigos dos amigos de amigos.
Canções,
Renato Russo e Cazuza até o momento em que a viola não mais toca e a filosofia começava a assombrar as mentes férteis de álcool.
ELA foi chamada da mesa do lado.
Era amiga do rapaz de preto que estava sentado ao lado Dele.
Ele perguntou sobre ela.
Nunca perguntara sobre garota alguma.
Desde a noite da despedia, seis meses atrás, não correra atrás de garota alguma.
talvez tivesse pensado que estava na hora de mudar.


Ela sentou ao seu lado e começaram a conversar.
Apaixonara-se.
Tudo que poderia te imaginado,
melhorado.
Exceto de ela cuidar dos dentes.
nunca se dera bem com alguém desse curso.
acabaria chegando na mesma conclusão mais tarde.
Ela tinha sua estatura.
O tipo físico do qual gostava,
-aquele pelo qual tinha a queda.
mas esta não tinha cabelos dourados,
eram lisos e escuros até o meio das costas.
Algumas espinhas na testa. Era nova.
Inteligente.
Tinha seu gosto para música.
Lia os mesmo livros.
Assistia os mesmos desenhos.
E sim,
tinha um lindo sorriso e o fizera rir como nunca.


Beberam juntos,
Ela levantou-se da cadeira de súbito e pulou em cima da bicicleta de sabe-se lá quem,
ele não a deixaria escapar.
pulou na garupa.
Andaram de bicicleta à noite. Embriagados.
Embalos de quinta à noite.


Caminharam lado a lado na volta para casa.
Lentamente.
Ainda riam,
ela perguntou:
-Você se acha melhor do que as outras pessoas?
Ele não compreendeu o porquê da pergunta, talvez fosse algo que ela precisava fazer, algo
pelo qual ela mesma havia se traumatizado anteriormente, ou talvez, o ar Dele inspirasse essa pergunta. Mas em verdade, ele respondeu.
-Não.
E ela viu a verdade em seus olhos.
-Não, porque sempre existe alguém melhor do que nós, mais cedo ou mais tarde o encontramos.
Ela o olhou no fundo dos olhos.
Acreditou no que ele disse.
Estavam na esquina.
Era a parada dela, a deixa dele.
Ela ficou parada em sua frente.
Ele também imóvel.
Sabia o que vinha em seguida.
Por que não o fazia?
Por que hesitava?
O álcool?
Não, isso teria ajudado.
Por quê? Por que não se aproximava.


-Gostei de você.
Ele disse.
Ela sorriu.
Ele virou as costas e caminhou para casa.
Tentou contado nos dias que se seguiram,
e teve a "Lança do Destino" perfurando seu coração.


"Você não me conhece, porque está atrás de mim? Por que me procura, você é estúpido, medroso, carente como um cão pedindo que o dono coce sua cabeça. Tem um papo ridículo que não colaria nem com uma garota intelecto nível dois do curso ralé que está fazendo. Por que você faz isso consigo mesmo, por que procura o que está procurando. Você é inteligente, você não é feio, aparentemente não tem nenhuma doença terminal. Por que se tortura desse jeito, talvez seja masoquismo, eu não sei, mas a verdade, é que eu não me importo.
Tenha uma ótima vida medíocre."

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