segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

O ano começa, e tá tudo na mesma

(Sim, estou postando novamente, deve ser essa coisa de Ano-Novo)

Incrível é a paixão das pessoas a respeito desses rituais de passagem de ano. A impressão que se tem é que o explodir de foguetes e as cataratas de fogos de artifício tem uma espécie de poder mágico que quita dívidas, reata laços entre parentes e conserta namoros. Não é uma queixa, não tenho problemas com parentes, dividas e nem quero reatar com namorada, a questão é que nas poucas horas de festa de réveillon as pessoas esquecem-se do mundo real.

E aqui estou eu com um espírito de Grinch acabando com a magia das comemorações. Não, não significa que as pessoas não podem se permitir. Extravasar pode fazer bem de vez em quando, sorrir sem motivos e se encantar com luzes no céu, mas por que no dia 31 de dezembro? Se a justificativa é o “ser feliz”, o “hoje eu posso” ou qualquer outra sentença do gênero, não há porque escolher um dia.

Até parece que as pessoas limitam sua felicidade ou a impõem apenas nesta época do ano. Quem disse que o calendário pode mandar na nossa felicidade? Sim, temos responsabilidades, há problemas com trabalhos e férias, dinheiro e tudo o mais, mas ainda é um exagero se preparar 364 dias para esse momento.

Agora, na segunda-feira estamos mais uma vez no trabalho, depois de dois, três ou quatro dias sem trabalhar, parece que perdemos a prática. O dia parece não engrenar e a vontade de começar a fazer o que é preciso não aparece. E eu, que como sempre passo a virada em casa assistindo um filme, estava dormindo até as 11 horas da noite quando minha mãe me acordou convidando para assistir aos fogos na beira da praia. Agora pela manhã escuto pessoas dizendo quanto mal ainda estão da bebedeira, ou como se incomodaram no trânsito, das fofocas que surgiram a seu respeito. Não tenho certeza, mas em um balanço... eu me sai muito bem. Ao menos não tenho queixas.

As pessoas se iludem dizendo que Ano-Novo é uma chance de recomeçar, acertar onde se errou e blábláblá, não é bem assim, você tem as mesmas chances em janeiro que tinha em dezembro, não é como se você passasse de fase e seus pontos se recuperassem. É apenas mais um dia, apenas mais um ano. Não é a virada que determina que as coisas irão mudar, é você mesmo.

2 comentários:

  1. Realmente você disse bem o outro lado da comemoração, o outro lado que poucos falam porque todo o resto fica iludido e quando vemos a ficha caiu, tudo continua a ser o que era, aí vem o carnaval, páscoa, tiradentes, dia das crianças, aniversário das nossas cidades e natal mais uma vez!!!

    O que muda?
    o número no final...
    2011
    !

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