Lá e de volta outra vez

Começou novamente aquele dita discussão sobre Big Brother Brasil. A mesma ladainha de sempre, uns dizendo que é coisa de desocupado. Outros elogiando o melhor programa de entretenimento do Brasil (quê?), alguns xingam o Bial, a meninada de 15 anos loucos pelas próximas Playboys (usem a internet, pelo amor de deus!), mas principalmente, a clássica afirmação sobre a influência que a Rede Globo exerce sobre classe média.

Isso já se repete há tantos anos que nem sei o que argumentar. Exaltar mais uma vez sobre a liberdade de expressão (tanto pró quanto contra, é claro), parece-me muito piegas. Todos temos direito de assistir, e claro, de ignorar, trocar de canal, desligar a televisão, ler um livro, alguns estão tão ocupados que nem sequer lembraram que o tal BBB está de volta.

Mas o programa já se tornou parte integrante da cultura nacional (você considerando isso uma afronta ou não) e muita gente, inclusive pessoas estudadas, graduadas e que leem vários livros, apreciam a tal "espiadinha".

É muito cômodo sentar ao sofá e ver televisão. Por vezes o cansaço te leva a isso. É mais simples assistir um programa do que ler um livro. Nem todos aderiram as praticidades do eReader. Poucos trazem um livro na cabeceira da cama. Por vezes diante da programação concorrente o programa até seja uma boa escolha. Mas acredito que a maior influência no sucesso do programa é a de que nos acomodamos.

Vemos sempre as mesmas pessoas. Vamos para o trabalho todos os dias pelo mesmo caminho. Assistimos sempre ao mesmo estilo de filmes. Frequentamos os mesmos lugares. Escutamos as mesmas músicas. E assistimos Big Brother Brasil. Nem sempre foi assim, mas e quem lembra? Ou o que importa isso agora?

Diogo S. Campos