Cinema instantâneo

Sabe, essa quadrifeta  do cinema atual começa a me cansar. Tudo na tela grande é remake, reboot, adaptação ou parte de uma franquia. Já me pergunto há algum tempo:  "para onde vamos daqui?". Em uma era onde o original é considerado estranho, anormal, ou às vezes até mesmo errado.

Pegue alguns exemplos:

Filmes de heróis são todos adaptação das HQs. Animações como Frankenweenie são releituras (e esta uma releitura pessoal de Tim Burton, o exemplo claro de um diretor que está sem ideias há anos). Bem como os que saíram de livros: As aventuras de Pi, João e Maria: Caçadores de Bruxas, Crepúsculo, O Hobbit e por aí vai.

A própria Pixar tem se deixado cair em sequências, como Carros 2, Toy Story 3 e Monstros S.A. 2. E podemos adicionar à lista títulos com Duro de Matar, Transformers, Anjos da Noite, Massacre da Serra Elétrica, Silent Hill, Star Wars...

E os Remakes. Esses são perigosos, têm sempre uma grande probabilidade de estragar com aquele filme que você tanto gostou. Exemplo?  Planeta dos Macacos, Karate Kid, King Kong, Os Três Mosqueteiros, entre outros.

Mas aquilo que mais me tira do sério são os Reboots. Mal terminou um Homem Aranha, começou outro. Há um de Batman previsto para depois do filme da Liga da Justiça. E nosso tão adorado diretor Paul W. S. Anderson (atente ao tom de sarcasmo em  minha voz), ainda nem sequer terminou sua franquia de Resident Evil, e já planeja seu reboot.

Claro, estou sendo radical. Não acrescentei o cinema russo, frances, argentino, produções amadoras ou independentes. Mas estou falando das grandes salas de cinema. Essa que você vai nos finais de semana.

E fora isso, há boas sequências? Claro. Às vezes um remake supera o filme antecessor? Pode acontecer. Filmes de comédia e alguns de romance são originais (exceto pelo fato de as histórias geralmente serem semelhantes). Mas onde está o nosso grande filme original? Se Avatar é realmente o melhor que temos, estamos em maus lençóis.

Diogo S. Campos