sexta-feira, 9 de outubro de 2009

Histórias de Jake – Coração Dela

Conforme o planejado...

Não era o primeiro aniversário dela que ele passaria.
Mas era o primeiro que ele passaria com ela
E que ela estaria namorando outro.

Foi um looongo dia.
A dúvida o consumiu o tempo todo,
o dia todo,
sua mente trabalhou incansavelmente.
Como faria,
Por que faria,
Prós
Contras.

Dia quase no fim.
Ele não se decidira.
Ligou.

-Onde você está?
-Na casa de um amigo.
dele
-Onde fica? Preciso lhe dar os parabéns.
...
-Sim, entendi, estou indo.

Pegou o carro,
o velho carro,
barulhento e ruim de motor,
carro do qual os adolescentes dão risada.
no banco do lado,
a garrafa de liquido verde,
o licor verde,
que ganhara de um grande amigo.
Garrafa aquela que apenas duas pessoas além dele haviam bebido.
E agora...
uma quarta.

Telefonou de dentro do carro e ela veio ao seu encontro.
Já não era mais a mesma.
As roupas eram diferentes,
o andar,
o salto alto,
o ar
a maquiagem
Não era a mesma pessoa.
-e quando ele comentou isso, ela riu.

Um abraço.
Um grande e forte abraço,
foi o que ele deu.
-Venha comigo, quero lhe dar uma coisa.
Ela abriu os olhos, como se levasse um susto,
"O que seria?" ela teria pensado...
Não, mais do que isso,
algo como...
"Dar? Mas você não tem que me dar mais nada."

Uma dose verde em cada copo largo de vidro negro.
Olharam-se
-Ao Destino!
Disseram ao mesmo tempo,
como sempre fora,
ao que sempre brindaram.

Ela realmente o entendeu quando ele disse o quando significava alguém beber daquele líquido.
Mais valor ela viria a dar,
anos depois,
quando ele dissesse que ainda tinha a garrafa,
com a mesma quantidade de bebida.

Saíram juntos,
Ele,
ela,
o namorado,
e o amigo.

O palco das bebedeiras foi uma pastelaria.
Adolescentes comedores de pastel e tomadores de Coca-Cola,
Beberiam mais cerveja do que seus cérebros poderiam suportar.

As risadas foram infindáveis.
Comportara-se como um devido cavalheiro,
excetuando-se a cerveja derramada sobre o casaco preto dela.

Ambos adoraram a noite,
foi com ele que ela se abraçou para combater o frio,
enquanto o namorado ria e contava histórias para o amigo.

Seus cérebros funcionavam bem o suficiente para comprarem mais doze latinhas,
mas não tão bem...
Ele freara por ordem divina em uma esquina em que a preferencial era sua,
e um foguete sobre rodas lhe cortou a frente,
Vivos, mas assustados.
Embora o susto não os tenha impedido de entrar na avenida contramão
e dela colocar os longos cabelos loiros ao vento,
sentava ao lado dele,
o namorado no banco de trás.

O cenário seguinte,
uma pequena praça sem movimentação a uma da madrugada.
Quatro formando um circulo,
bebendo cerveja ao som de Truco!
Ele perdera feio naquela noite,
seus blefes ficaram em casa.

A simplicidade dos acontecimentos desta noite
apenas é igualada pelo tamanho significado de cada momento entre eles.
Amigo e Namorado estavam no carro quando ela disse,
-Tenho que te contar uma coisa...
Mas ele já sabia o que viria,
ele sentiu nela,
a sentiu diferente a noite inteira,
sabia o que ela contaria, mas preferia não acreditar nisso,
não que eles tivessem feito,
mas que ela o contasse.
-Aconteceu.

Ele abriu a boca, mas o que saiu não foi o que pensou.
-Tenho dois comentários sobre isso.
Um é: Que Bom, se você está feliz, tudo bem.
O outro: eu jamais te direi.

Ela insistiu,
mas nem mesmo os anos que se seguiriam desta noite o fariam dizer.

Ela ficou em casa com um sorriso que ligava suas orelhas,
"O melhor aniversário da minha vida."
Foram estas as palavras dela antes de deixar o carro.

Em seqüência o Amigo ficou em casa.
o Namorado dela seria o último.

As conversas descontraídas cessaram no momento em que o motor desligou frente a casa.
o álcool já lhes enrolava as palavras,
mas este momento chegaria cedo ou tarde,
e não era a língua amortecida que o impediria de falar,
ambos sabiam.

-Não preciso te dizer, não importa o que digam as más línguas, você sabe minha história com ela. Ela está feliz agora, eu espero que você a faça feliz.
Ele riu, disse que sabia disso.
Sim, sabia.
Mas não compreendia.
-Faça ela feliz, se não...
as palavras que se seguiram ele não acreditaria nem mesmo anos no futuro,
quando recordasse,
que fora tão pequeno um dia.
Mas as dissera.
-...tu vai se arrepender.
A noite terminava ali.

Não importava quem fosse,
cor,
idade,
tamanho,
cabelo,
pensamentos,
rico,
pobre,
religião.
Importava que este outro a fizesse feliz.
E ele rezava que ela soubesse disso.
Apenas assim ela suportaria o que estava por vir.
Apenas assim ela suportaria os dois meses que se seguiriam,
e compreenderia suas razões.
Teria então...
A pior noite de sua vida.

...continua.
Um Grande Abraço
Diogo S.Campos

2 comentários:

  1. O importante é ver o outro feliz, mas que podia ser ao nosso lado seria bem melhor.
    trajetórias da vida

    bjão

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  2. Grande garoto sábio como sempre.. perverso como nunca hahah bjos

    Saudades do meu amigo :P

    Keli

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