Menos é mais. É bom mudar e todo esse tipo de coisa.

Eu sou um escritor. Ou gosto de me imaginar sendo um. Não. Nunca publiquei nada. Sim. Tenho uns três romances guardados em meu criado-mudo e mais uns três inacabados no computador. Houve uma época em que encontrava refugio em minhas palavras. Escrever me acalmava, me apresentava ao meu próprio mundo, um universo o qual eu podia controlar. Ou talvez fosse apenas a vodka que eu tomava para escrever. Isso já não acontece. Minha paciência se foi e meu universo já não é tão colorido quanto antes. Parece que tudo o que as sílabas me fornecem hoje é o conforto de mergulhar em um oceano onde outros não podem me ver. Mesmo agora me sinto perdido, minhas emoções já não são tão claras para que possa expor, passo a ser uma porcaria de escritor obscuro balizado em anomalias como Clarisse Lispector e Castro Alves. Que espécie de escritor quer escrever para não ser compreendido? Não é para isto que estamos aqui. Não é para isso que expomos nossos pensamentos em textos que pessoas sem rostos possam ler e rir sem saber de quem são. Estamos aqui para escrever. E escrever bem. Então que merda estou fazendo aqui?