sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Eu sou um ótimo Mentiroso

Como se caracteriza uma pessoa mentirosa. Digo, você não chama alguém de falso por que ele conta uma mentira chama? Mentiras fazem parte da vida. Mentir a idade para parecer mais velho e entrar em uma festa, ou para parecer mais novo depois que a idade passa a ser uma preocupação no sentido contrário da vida. Mentimos que dobramos nossas meias e que já pegamos mulheres melhores. Mentimos que nunca tivemos espinhas e a idade que perdemos a virgindade. Mentimos que não gostamos de uma pessoa quando na verdade a queremos. Mentimos até mesmo sobre nunca mentir. Enfim, mentimos.

Agora eu sou realmente muito bom nisso. Deixei de suar com as mentiras aos 12 anos, não tremo desde os 8, já não gaguejo nem oscilo nos últimos cinco pelo menos. O que me trás algumas vantagens. Por exemplo, guardar segredos se torna muito mais fácil, dar cobertura às amigas, ou acobertar os amigos.

Temos que convir que em minha carinha de santo deus me ajudou. Os olhos verdes passam uma imagem de confiança e o sorriso alinhado me proporciona um ar sarcástico indispensável aos momentos que é preciso confundir com quem se fala. Claro, há os detalhes da respiração, controláveis, o que exigiu prática, não há segredo nem macete para se aprender a controlar a velocidade e os batimentos cardíacos, isso vem com o tempo, quando você para de se importar por estar mentindo.

O maior problema de todos em uma mentira é o olhar. Onde fixar um olhar. Olhar demais para uma pessoa significa forçar a história, não olhar é como comprovar que se está mentido. Isso exige paciência. É preciso formular a sua imagem como alguém que não mantém contato visual por muito tempo, quando desviar o olhar vai ser apenas você agindo, não um trabalho sobre a mentira. Mas uma coisa é extremamente importante: não olhe para baixo. Olhar para baixo é como inventar histórias. Se por alguma razão lhe faltar argumentos, olhe para cima, coce um pouco a cabeça, é a expressão que fazemos quando em verdade precisamos lembrar-nos de algo, isso vai lhe dar tempo para pensar.

Mãos. O que fazer com as mãos. Irá variar. Se você é uma[ cara que gesticula muito, quando mentir vai ficar parado. Se você usa as mão no bolso vai começar a gesticular. Observe-se no dia-a-dia, preste atenção em como você age, e mantenha isso quando precisar mentir.

Mas de qualquer maneira isso não diz muito sobre você. Saber mentir. É como você usa isso que te define. Como saber que uma amiga dorme com o namorado da outra. Ou que amigas bebem e dizem em casa que passaram mal pela comida. Saber que alguém que não deveria fumar, fumou. Saber sobre tramites econômicos ilegais, ou da falta de ética de colegas de trabalho. Não é mentir sobre esses fatos que definem alguém, mas sim qual a atitude perante cada um deles.

Mentiras? Mentiras são comuns, fazem parte da vida, de nossos textos, por exemplo: Eu poderia terminar esse post dizendo que tudo o que falei não passa de mentiras e sou um péssimo contador de histórias. Poderia dizer que tudo o que escrevi aprendi com Jason Bourne. Poderia ainda dizer que jamais contei uma inverdade na vida. Mas isso tudo iria parecer um pouco falso para você, não é nobre leitor? Ainda mais se tratando de um jornalista. Quem é que acredita em contadores de história hoje em dia?

2 comentários: