quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Um toque nos ponteiros do relógio

Escrevendo.


Ainda faz isso.
Na verdade é isso que faz agora.
Dobrada a idade e faz aquilo que sempre desejou.
Talvez não da forma como desejava, mas ainda assim de alguma forma.
A escrivaninha barata de madeira escura comprada em um brique iluminada por uma luminária simples com uma única lâmpada
incandescente que lhe aquece as orelhas e norteia os pensamentos.
Os óculos,
maiores, armação fina e escura com lentes mais grossas que vinte anos atrás.
Pouco cabelo, abrindo um descampado na cabeça que agora dá um grande destaque para a testa e a grande veia saltada
quando os pensamentos se fazem em excesso, pesando a maestria e fazendo-a repousar na palma da mão esquerda,
palma que segura um cigarro,
um cigarro,
agora fuma,
antes mascava um chiclete para pensar,
agora fuma.

A silhueta no escuro iluminada apenas pela fraca luz amarela que faz quase imperceptível a fumaça cinza que sobre do prego
de sua tumba que segura nos dedos da mão esquerda.
A mão direita incansável rabisca dezenas de folhas,
ordenando,
anotando,
fazendo observações,
dando seqüência a história.
No que ele se tornara?
Não sabe ao certo.
Nem ele próprio acredita.
Mas acredita no que está escrevendo.
O que está escrevendo?
Espero que ele saiba.

Um Grande Abraço
Diogo S.Campos

Um comentário:

  1. Como meu Comentário Não sei pq raios não apareceu :( lá vai hehe eu me lembro disso :P

    Bjos adoro-te amigo-lhe

    Keli

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