Não se esquece de alguém da noite para o dia.
não é simplesmente decidir seguir a vida sozinho
que isso se dará ao raiar do sol.
As memórias podem ser contornadas,
mas não evitas.
Um livro.
Um chocolate.
Uma música,
ah...
uma música.
Não mais a voz dos cantores ressoam,
foram trocadas por aquela que há tanto não escutava.
Mas no passar do tempo,
essas lembranças,
esses sentimentos vão se esvaindo,
vão escorrendo por nossos dedos como o sangue do corte no pulso de um braço pendurado.
Gota a gota,
plin...
e os dias vão ficando mais fáceis de se encarar.
plin...
a rotina vai mudando.
plin...
então, quando a luz atravessar a janela naquele verão,
plin...
e a última gota de lembrança
vai escorrer em vermelho pela palma de minha mão,
parando na ponta do dedo e aumentando,
engordando,
até finalmente
pingar sobre o carpete.
Aí então, o vício se finda.
Plin.
Um Grande Abraço
Diogo S.Campos
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