quinta-feira, 25 de abril de 2013

CRÍTICA - GI Joe 2: Retaliação


Apenas outra medida da Hasbro para gerar dinheiro com os Comandos em Ação


G.I. JOE: RETALIAÇÃO (G. I. Joe: Retaliation)



A demora em surgir uma continuação de G.I. Joe nos cinemas, cerca de quatro anos, incitava que um trabalho grandioso estava sendo elaborado por Rhett Reese e Paul Wernick. Mas engana-se quem pensou desta maneira. O que vemos por 100 minutos é apenas mais daquilo já vislumbrado em A Origem de Cobra, uma compilação de aparatos tecnológicos e personagens subdesenvolvidos com nomes bacanas. G.I. Joe: Retaliação, tem pouco a acrescentar, e não passa de outra medida da Hasbro para gerar dinheiro com os Comandos em Ação.

O filme anda em uma corda bamba entre franquia e reboot. Por mais que sua história comece no ponto em que o primeiro filme terminou, elenco e protagonistas são renovados (principalmente os mocinhos). Agora os Estados Unidos estão sob o comando da Organização Cobra, e os Joes foram reduzidos de exército para uma escassa força de resistência.

Com uma temática como aniquilação global, já testemunhada no primeiro filme, Retaliação poderia corrigir o erro de seu antecessor e se mostrar uma película mais adulta. Mas, em virtude de ser “baseado” na linha de brinquedos dos anos 80, a classificação permanece em 10 anos (gostaria de saber qual menino de dez anos hoje é familiarizado com o Comandante Cobra e os demais). Em vista disso não há sangue no filme, mesmo em lutas de espadas, explosões e tiros, tanto heróis quanto vilões parecem intocáveis. Prova disso é o ataque aos Joes, onde não se tem certeza de quem vive ou morre em virtude dos constantes cortes que censuram as cenas mais violentas.

Dwayne (The Rock) Johnson é Roadblock, o novo protagonista e líder da resistência Joe. Como já era esperado, ele não consegue desenvolver bem seu personagem e mostra que a única razão de fazer parte do filme é por ter se tornado um dos rostos da Ação no cinema atual (cargo que nunca exigiu muito da interpretação de ninguém, a exemplo de Van Damme, Stallone ou  Schwarzenegger). A única cena em que esperava-se de Dwayne, o momento clichê do discurso motivacional, soa fraca não apenas em encenação, mas em roteiro.

Outro ponto decepcionante é o 3D. Retaliação teve a estreia adiada em quase um ano para conversão do material para as três dimensões, e o resultado  é um pouco mais de paisagens e objetos arremessados para a tela. O filme, como sua premissa já mostrava, investe forte em cenas de ação e lutas, mas o corpo a corpo é usado de maneira a levar à exaustão. Mesmo no embate mais esperado, entre Snake Eyes e Storm Shadow, as espadas são deixadas de lado e vemos os melhores lutadores do filme rolando em uma cena digna de novela da Globo.

Aquilo que parecia ser um trunfo, a presença de Bruce Willis, se mostra subaproveitada. Willis interpreta o homem que deu origem a organização. “Pode me chamar de Joe” - diz ele. Com isso, era de se esperar dele o melhor personagem desta segunda parte, mas ele se coloca atrás de Roadblock, como um mero soldado a seguir ordens e se revela tão mal elaborado quanto os outros.

Para aquele espectador que conseguir deixar tais pontos de lado, como interpretação, roteiro e plausibilidade, G.I.Joe: Retaliação pode até se mostrar um filme divertido. O visual futurista das armas dos vilões, planos maquiavélicos, e aniquilações de cidades, além de deixar uma brecha para a continuação, fazem do filme dos Comandos de Ação algo inverossímil, mas altamente lucrativo, nota o valor arrecado na estreia: US$ 131,3 milhões. Uma promessa clara de que há mais por vir.


Diogo S. Campos


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