quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

CRÍTICA - Duro de Matar V: Um bom dia para morrer


Um bom dia para morrer ganha a marca de belo filme de ação...
Mas não faz jus a franquia


DURO DE MATAR V: UM BOM DIA PARA MORRER - A good day to Die Hard


A vinheta da 20th Century Fox mal havia terminado, e ainda sob uma tela preta já se podia escutar os primeiros barulhos de tiros, explosões e helicópteros. Marca registrada da franquia Duro de Matar, estrelada por Bruce Willis na pele do policial “workaholic” John McClane. O quinto filme da série promove o entretenimento ao qual se propõem, mas abusa das tiradas cômicas características do protagonista e apresenta uma história simples, objetiva e para os mais exigentes, um pouco pobre. Duro de Matar 5: Um bom dia para morrer, ganha a marca de belo filme de ação, mas não faz jus a franquia.

Desta vez, nos encontramos com John McClane rumo a Moscou para tirar seu filho de uma enrascada. Na já conhecida premissa em que não se tem certeza se McClane procura problemas ou eles simplesmente o encontram, ele embarca em uma missão secreta junto a seu filho Jack, que (surpresa!) se trata de um agente da CIA. De mais a mais, o roteiro segue o rumo esperado, algumas explosões, piadas em momentos de tensão e duas ou três surras depois, o grande final.

Pode se dizer, que Duro de Matar passou a beber da mesma fonte que Missão Impossível, Os Mercenários e Exterminador do Futuro. Todos deixam de lado os trabalhos criativos sobre o roteiro e dedicam tempo e dinheiro exclusivamente a cenas de ação e explosões. Justiça seja feita, quando o espectador entra no cinema para assistir qualquer uma dessas franquias, já sabe exatamente o que o espera.

O enredo agora dedica seu tempo em recuperar a vida familiar de John. O policial durão que trabalhou 24 horas por dia nos três primeiros filmes da série, acabou se tornando um marido ausente e um pai relapso. Vinte anos depois, McClane tenta reestruturar seus laços: primeiro com a filha, no quarto filme, e então com o filho. Há espaço ainda para uma cena de sentimentalismo entre pai e filho, que não dura muito e nem exige demais de nenhum dos atores.

Apesar de uma história superficial e pouca exigência de atuação, vale destacar que Marco Beltrami precisou se esforçar na mesa de som. Nada de trilhas, isso nunca foi característico de Duro de Matar, mas em relação às explosões e tiros, o quinto filme apresenta no mínimo três vezes mais explosões que seus antecessores.

Já a diversão, é claro, fica por conta das piadas de John, costumeiras nas outras fitas, mas que desta vez ultrapassam a barreira do aceitável, entram em momentos que não eram necessárias e se tornam cansativas, como o repetitivo lamentar de “Estou de férias”.

É sempre bom se divertir também, para aqueles que conseguem separar o mundo real da proposta de filme, com as insanidades que Duro de Matar proporciona. A cena na primeira perseguição do filme, onde McClane pula de carro de um viaduto em cima de um caminhão container, e dele para um cegonha, e passa por cima de diversos outros carros de grande valor, é tão inverossímil quanto a cena do caça no quarto filme.

Duro de Matar é uma franquia que sempre proporciona fitas com uma grande dose de ação. Seu quinto longa mostra um policial velho, desajeitado e que ainda assim recusa a se aposentar, em contraste com um garoto cheio de energia da geração Bourne. A química não funciona, e se a tentativa é mesmo equiparar Bruce Willis à nova leva de atores de ação, talvez esteja mesmo na hora de sair do mercado.

Diogo S. Campos


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